Exposição do índice de correia fotorreceptora Exposição do índice de correia fotorreceptora

 

Resumo e Objectivos: Resumo e Objectivos:

Para a Macaronésia, preservar e melhorar a qualidade das praias é fundamental, dada a importância do sector turístico na economia das ilhas. A distribução da população local e do turismo faz com que até 80% da população se concentre nas zonas costeiras. Assim, esta estreita faixa ambiental está sob intensa pressão urbanística. Adicionalmente, o desenvolvimento turístico tem provocado uma alta pressão urbanística, nem sempre acompanhada por um ordenamento territorial adequado. Isto reflecte-se na inexistência de um planeamento adequado das infra-estruturas sanitárias, resultando em pequenos núcleos costeiros sem sistemas de drenagem de águas residuais, ou quando existam, sejam deficitários. Entre as causas da contaminação das praias, destacam-se as relacionadas principalmente com a gestão das águas residuais (roturas, descargas directas ou indirectas, mau funcionamento, etc.) e com derrames devidos às fortes chuvas, torrenciais e pontuais. Por isso, o desenvolvimento e a execução de programas de controlo da qualidade da água em zonas costeiras representam, do ponto de vista económico, uma vantagem competitiva frente a outros destinos turísticos, ajudando assim o desenvolvimento comercial das Ilhas. Do ponto de vista ambiental, além de ajudar a aplicar a legislação, os planos de gestão adequados são sem dúvida necessários para o desenvolvimento sustentável das ilhas e são uma prova indiscutível da qualidade sanitária para os utilizadores.

O projecto CARMAC é um projecto de Cooperação Transnacional que propõe numerosas intervencões para melhorar a qualidade ambiental do litoral da Macaronésia europeia e para proteger a qualidade dos recursos hídricos das zonas litorais. Para isso, o projecto inclui actividades de investigação, desenvolvimento e aplicação, com numerosos aspectos inovadores para as regiões participantes. O desenvolvimento do projecto CARMAC estrutura-se em cinco objectivos específicos; cada um abrangendo aspectos concretos vinculados e complementares entre si, como a qualidade das águas costeiras, a monitorização sistemática das zonas balneares ou a prevenção da contaminação do litoral.
O primeiro Objectivo pretende desenvolver ferramentas de gestão das zonas balneares, concretamente dos perfis das águas balneares de várias zonas das ilhas participantes, nos termos exigidos a todos os Estados-membros pela Directiva Comunitária 7/2006/CE. Equipas de trabalho multidisciplinar e inter-competencial definirão os conteúdos mínimos e a metodologia para elaborar os referidos perfis. Esta metodologia, exportável no futuro a outras zonas balneares das regiões participantes, recompilará informação sobre experiências semelhantes, para o que precisará a monitorização sistemática das águas balneares e a interação com agentes locais das zonas em estudo. Paralelamente, avaliar-se-ão novas zonas balneares para as incluir na lista actual de zonas balneares da Macaronésia europeia.
Como complemento às atividades para avaliar a qualidade das águas balneares, o Objectivo 2 é definir e avaliar a qualidade das areias das praias, sobre o qual na actualidade há muito poucos trabalhos desenvolvidos dentro ou fora da zona de cooperação. Este facto é preocupante, já que 100% dos utentes das praias entram en contacto com a areia e o risco associado à contaminação das areias é, portanto, muito superior ao das águas balneares de qualidade deficiente. Além disso, o segundo objectivo do projecto CARMAC consiste em incrementar o conhecimento técnico e práctico dos técnicos e responsáveis dos laboratórios encarregados de analisar a água do mar e, como aspecto totalmente inovador, formar um número mínimo de técnicos para identificar fungos em amostras de areia. Esta formação, em amostras de águas e areias, é extrapolável para outros temas de saúde ambiental, o que aumenta o seu valor específico. Por outro lado, a realização destes cursos nas Ilhas Canárias, com a participação e suporte dos parceiros das três regiões participantes, permitirá expôr os avanços mais recentes na análise microbiológica; será assim promovida a competitividade dos laboratórios das regiões frente aos laboratórios do continente.
Os Objectivos 3 e 4 abordarão um dos principais problemas da contaminação das águas costeiras e, portanto, das zonas balneares: as descargas de águas residuais. Desenvolver-se-ão modelos de simulação matemática do impacto dos nutrientes e baterias das águas residuais no meio marinho, que permitam posteriormente desenvolver sistemas de gestão dos fenómenos de contaminação marinha. Adicionalmente, criar-se-á um modelo de alarme para estações de bombeamento de águas residuais, que permitam evitar e reduzir os riscos sanitários e que alerte e informe a cada momento as autoridades locais e ao público em geral do estado sanitário das zonas balneares. Paralelamente, a partir do diagnóstico geral da situação da drenagem e do tratamento das águas residuais nas zonas costeiras, bem como da realização de experiências piloto, propor-se-ão atividades para melhorar a gestão das instalações de descarga e tratamento de águas residuais do litoral. Serão ainda feitas recomendações viáveis para melhorar tecnologicamente o tratamento de águas residuais em pequena escala, reduzindo portanto a poluição. Este objectivo envolve ainda a criação de uma ferramenta que assista as autoridades responsáveis pela gestão de recursos hídricos na seleção da tecnologia, ou tecnologias, de tratamento apropiadas a cada caso.
Finalmente, o objectivo 5 estudará a presença de novos contaminantes químicos em águas costeiras, cujos efeitos no meio marinho se desconhecem. Recorrer-se-á a técnicas analíticas instrumentais de altas prestações, inovadoras na Química Analítica e que permitem obter informação para propor tecnologias para os reduzir e/ou eliminar em efluentes e descargas nas águas costeiras. Paralelamente, realizar-se-ão estudos de monitorizaão para quantificar os efeitos no meio marinho da descarga conjunta de salmouras procedentes de dessalinizadoras e de águas residuais, assim como o efeito das escorrências pluviais superficiais nas zonas balneares, aspecto este pouco estudado no espaço de cooperação.